Empatia, pensamento crítico, negociação e solução de problemas complexos são algumas das dez competências valorizadas na próxima década, segundo a pesquisa The future of jobs, realizada pelo Fórum Econômico Mundial. O que chama a atenção é que, das dez, apenas uma é técnica: a “flexibilidade cognitiva”. O restante é comportamental.

Isso tem tudo a ver com a demanda por organizações ágeis. “Na nova estrutura de trabalho, serão as competências comportamentais que mais trarão resultados para as empresas”, comenta Marcelo Veras, estudioso do tema que é presidente da Unità Faculdade e sócio da Inova Business School. Ele, que foi executivo de grandes empresas por muitos anos, hoje se dedica a explorar o assunto em sala de aula e em projetos de consultoria e planejamento de carreira. “Voltei meu telescópio para a construção de times: por que uns têm resultados e outros não?”. Ele chegou à conclusão de que as equipes que se saem melhor são as que conseguem unir pessoas com competências comportamentais complementares.

As organizações ágeis, cada vez mais horizontalizadas (com menos níveis hierárquicos), operam com equipes multidisciplinares montadas por projeto, autodirigidas e multifuncionais. Da nova dinâmica vem um jeito novo de trabalhar. Sai o modelo que operava como se fossem caixas separadas, com cada funcionário apertando um parafuso sem saber o que estava construindo, e entra a colaboração e a conexão entre áreas para gerar propostas e soluções.