A gestão da Fundação Renova, criada para lidar com a crise gerada pelo rompimento da barragem da Samarco em um típico contexto VUCA, tem muitas lições para ensinar às empresas
“O mundo, especialmente no século 21, caminha para situações muito parecidas com a que estamos enfrentando aqui, que é a constituição de organizações voltadas para a solução de um problema específico e a participação da sociedade na governança.” Quem diz isso é Roberto Waack, diretor-presidente da Fundação Renova, organização criada para resolver os gigantescos problemas gerados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco na região do rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo.
Quando a barragem de Fundão se rompeu, em 5 de novembro de 2015, a “avalanche” de lama tóxica destruiu muitas vidas – literalmente matou pessoas, animais e plantas, e derrubou as casas, o sustento e a memória afetiva da população. Como se lida com uma tragédia socioambiental, econômica e cultural dessas proporções?
Em março de 2016, a Fundação Renova foi criada – com o dinheiro da Samarco e suas acionistas, Vale e BHP, mas com independência de ação – para achar as soluções. Ela responde a múltiplos stakeholders, que incluem as empresas, os atingidos, a sociedade civil e os governos. Esse modelo de governança tem sido considerado o que há de mais avançado para um desafio assim, mas faltam experiências práticas.