Quem é o empreendedor individual de hoje? É o sujeito que se encontra pressionado pelas alterações no mercado de trabalho e pela perspectiva de ingressar em um ecossistema digital promissor. Recentes estudos realizados pelo McKinsey Global Institute e pela consultoria Accenture indicam um relevante número de empreendedores individuais no mundo – só nos Estados Unidos eles representam 35% da força de trabalho ativa – e destacam a importância de compreender melhor essa força de trabalho e sua organização.

No Brasil, os dados que temos do IBGE projetam que há atualmente cerca de 23 milhões de trabalhadores por conta própria e o número de trabalhadores informais alcança aproximadamente 37 milhões de pessoas – mesmo com o crescente número de microempreendedores individuais (MEIs), que atingiu quase 8 milhões de registros (números em um contingente de 104 milhões de pessoas economicamente ativas).

Embora os estudos muitas vezes qualifiquem esses indivíduos como trabalhadores independentes ou freelancers, nós os classificamos como empreendedores individuais a partir de duas premissas: (1) com as tecnologias da terceira e da quarta revolução industrial, há uma fragmentação da cadeia produtiva em nível global, e (2) estamos presenciando a transição dos modelos de negócio burocráticos e verticalizados para os modelos fragmentados e organizados em rede, e as pessoas que deixam o trabalho usual para empreender “empresas de si próprias” têm espaço nesse mundo.